segunda-feira, 4 de julho de 2011

Anatomia do Doom


Doom, para muitos lembra logo o jogo de computador que revolucionou todos os outros jogos que vieram a seguir a este. Estavamos em 1993, o primeiro jogo "In Your Face" que oferecia violencia gratuita para todos aqueles que já possuiam os primeiros Pentiuns no mercado. Claro, que nesta altura onde para muitos a internet era uma miragem ou sonho na casa de muitos nós, este acontecimento (ainda) nao era possivel.




Draconian - The Last Hour of Ancient Sunlight

Mas nao é este Doom que aqui venho desenvolver as minhas estórias, já que estou num blog de musica é para falar de musica. O nascimento da palavra Doom começou no desenvolvimento de vários subgeneros criados dentro do Heavy Metal que era nada mais que a criação de atmosferas muito carregadas de melancolia e de escuridão. Para ser mais especifico, eram aqueles ambientes que levaram os ritmos de andamentos lentos com riffs de tons menores e pesados.
Doom Metal teve o seu nascimento permaturo no inicio dos anos 80, onde apareceram as primeiras bandas que cresceram a ouvir aqueles ritmos que os Black Sabbath se glorificaram no final dos anos 60 inicios de 70. O primeiro album de Black Sabbath foi a verdadeira influencia para que este genero de musica ganha-se o estrelado que começou a desenvolver ao longos das ultimas decadas presentes. As primeiras bandas que glorificaram este genero foram os Trouble , os Saint Vicius e os Candlemass . Se os Black Sabbath foram os senhores que muitos adoravam seguir as pegadas do Doom, muitas outras bandas seguiam caminhos diferentes mas com Black Sabbath nas veias. Outros grandes subgeneros nasceram com os Black Sabbath , principalmente dentro do Hard Core, Grind Core, Death e afins. Estavamos em Inglaterra, e o Heavy Metal respirava de boa saude, tanto nos anos 80 como inicios dos anos 90.Continuando com o raciocinio, era cruel, nao lembrar de uma personagem mitica do Doom Metal , Lee Dorian que outrora fundou os Napalm Death e deu inicio a uma nova vaga da musica extrema. Mas Lee Dorian era e continua a ser uma pessoa revivalista e atirou-se de cabeça e formou os seus Black Sabbath a sua maneira. Se Lee Dorian faz parte da história da musica extrema com os seus" Napalm Death , também fica na história com os seus Cathedral que logo na sua fase inicial edita " Forest of Equilibrium " que era mais Doom que os proprios Black Sabbath.
Voltando ao paragrafo anterior, e falando de todos aqueles subgeneros criados dentro do Metal, nas terras da Sua Majestade, o Death Metal nos finais dos anos 80 começou a ter muitos derivados entre eles o Doom Metal, e de onde saiu as melhores bandas do genero a nível musical. Falo claro deParadise Lost , My Dying Bride e Anathema . E será dentro deste triangulo que vou desenvolver a minha escrita.
No mundo da distruibuição musical extrema estava a respirar bons ventos, pois já existiam algumas editoras independentes que faziam frente ás grandes multinacionais que só destacavam os monstros do Heavy Metal. Peaceville, uma editora indepedente musical, situada na Inglaterra, foi uma das primeiras a acreditar em bandas de Death/Black metal com fortes influencias de DOOM nas suas composições. Já no final dos anos 80 assinam contrato com os Paradise Lost desde a demo "Paradise Lost " em 1988. A Peaceville no inicio dos anos 90 assina com os My Dying Bride ( God is Alone/Symphonaire Infernus Et Spera Empyrium ) e os Anathema (They Die/Crestfallen) como lançamentos em singles/Eps.
É com o percurso cronologico dos Anathema que vou encaminhar o meu artigo. Anathema na sua fase inicial já era um projecto familiar formada pelos irmãos Cavanagh, Vicent Cavanagh (guitarra), Daniel Cavanagh (guitarra) e Jamie Cavanagh (baixo). Ainda com Darren White (vocalista) e John Douglas (bateria). Esta foi a primeira formação oficial dos Anathema que registou a demo "An Illad of Woes " e o single " They Die ". Entretanto, um dos irmaos Cavanagh, o Jamie abandona o projecto para dar lugar a Duncan Patterson. Anathema começa a ser um nome já lançado no underground pelas revistas Metal Hammer , Kerrang , Terrorizer como uma das maiores promeças do novo Doom Metal que iria influenciar muitas bandas no mundo inteiro. Era entao lançado o primeiro EP " Crestfallen " em 1992, ano em que os Paradise Lost já eram senhores do seu proprio som ( Lost Paradise / Gothic ), e com um video VHS já editado "Live Death", editam do seu terceiro album " Shades Of God ", os My Dying Bride também já tinham saido do patamar underground e estava a promover o seu primeiro album " As The Flowers Withers ". Ainda em 1992, já existia ecos de um novo nascimento e uma nova banda que também levaria a musica extrema a um grande nível. Dani Filth já tinha fabricado os seus Cradle Of Filth mas em fase de demos para dar a conhecer um novo nível do Black/Death Metal.
Se os Paradise Lost já eram uma banda de um calibre gigantesco dentro e fora do underground, o seu estatuto cresceu com o lançamento de "Icon" como um dos melhores albuns de metal de todos os tempos. Era entao lançado os albuns revelação dos My Dying Bride ( Turn Loose The Swans ) eAnathema ( Serenedes )com o primeiro album. A nível pessoal, estes sao os três albuns mais emblemáticos que eu tenho o maior orgulho em ter dentro do estatuto Death/Doom Metal. Só nestes albuns existem hinos que ainda hoje me acompanham cada vez que necessito de regressar ao passado. Também sao estes três albuns que ainda hoje muitas bandas vao beber as suas influencias. Nesta altura os Paradise Lost tinham entregue o seu som aos ritmos do rock gotico, tal como os Anathematranspiravam o seu Doom carregado de melancolia Sabbathica, que influenciaram também a fase inicial dos suecos Katatonia ," Dance of December Souls ". E para nao esquecer os gigantecos My Dying Bride colocavam-me sempre aquela lagrima de alegria, por serem bastante originais e levarem os seu Doom a uma escala ainda maior que os grandes Paradise Lost . Guitarras carregadas de dark e um violino que arrepiava o meu corpo inteiro. Afinal Deus nao estava sozinho no meio da sua melancolia, Aaron e o Andrew tinham planos para levar os seus My Dying Bride a um estatuto superior e tranformarem o seu som ainda maior a nível mundial. Quem se lembra da fase inicial de Theater of Tragedy , dos Crematory , dos Whitin Temptation e Celestial Season , pois sim, roubaram e roubaram, embebadaram-se de influências de My Dying Bride . E para acompanhar este triangulo amoroso Made in England, Lee Dorian e os seus Cathedral já tinha o segundo album nos escaparates "The Ethereal Mirror " mais stoner que o primeiro album, e a partrir deste momento o som dosCathedral começou a ganhar mais originalidade.
No meio de lançamentos menores, em formato de singles e eps, Paradise Lost ( Seals the Sense EP),My Dying Bride ( Unreleased Bitterness / I am the Bloddy Earth ) e Anathema ( We are the Bible ) estas três bandas continuavam a promover estes fantasticos albuns ao vivo, Paradise Lost lança o seu segundo video VHS " Harmony Breaks ", vem pela segunda vez a Portugal com o " Icon " na bagagem e o Max Cavalera e os "seus" Sepultura a abrirem o concerto. Anathema também visita pela primeira vez o nosso país fazendo parte da tour " Tomb of The Mutilation " dos norte americanos Cannibal Cospe . Os Cathedral também editam varios Eps " Cosmic Requiam ", " Statik Magik " e " In Memorium ". E finalmente, em 1994 é conhecido o mundo de Cradle Of Filth com " The Principle of Evil Made Flesh " e com este album ainda deu uma perninha a Portugal com os nossos Moonspell a abrirem o concerto e a apresentarem o seu primeiro registo discografico em formato EP " Under the Moonspell ". Mas em ano e meio de digressões mundiais , Paradise Lost , Anathema e My Dying Bride estavam na hora de voltar a entrar no estudio e cada banda mostrar mais sonoridades novas. Ainda falando no ano de 1994 houve mais duas bandas europeias que me encharam o orgulho com os seus albuns, pois a nível sonoro também faziam parte do Doom fabricado em Inglaterra, mas com grandes influências do psicadelico fabricado nos anos 70. De certeza que já sabem o que estou a falar. O enorme e gigantesco " Tales From the Thousand Lakes "dos filandeses Amorphis , este album é simplesmente maravilhoso e genial e " Wildhoney " dos suecos Tiamat , que transformaram o gotico e o psicadelico em algo maravilhoso e excentrico no mundo da musica extrema. Tinha que mencionar estas duas bandas, pois a partir deste ano muitas foram as vezes que todas estas bandas se cruzavam em concertos e festivais, e foram estas bandas que a meu ver foram os maiores criadores e influenciaram tudo o resto que aparecia. Estava a criar um novo hype dentro do metal.
Se eu em 1993 andava radiante com estas três bandas, em 1995 já eu tinha os meus orgasmos musicais de tanto orgulho eu tinha destas três bandas. Os manos Cavanagh já tinham material para dar e vender ao publico, mas como primeira amostra ficou as ultimas musicas gravadas com Darren White como vocalista. " Pentcoast III " continuava com os mesmos ideais das composições passadas, mas Darren nao chegou a entrar em digressão. Pois já tinha abandonado os Anathema . Mas ao mesmo tempo que os Anathema gravavam " Pentcoast III ", " Silent Enigma " era a apresentação de Vicent Cavanagh como vocalista/guitarrista. " Silent Enigma " era o meu album para acabar as minhas tardes ao por do sol, era um album carregado de atmosferas arrepiantes cheio de boas energias, mensagens carregadas de esperança, o doom nao era sofrimento, mas sim uma verdadeira lei de vida. Muito obrigado Anathema voces sao gigantes. My Dying Bride lançam "The Angel and the Dark River", para mim, o melhor album desta banda, com Aaron a mostrar novas harmonias vocais. Fenomenal e excentrico, este album explorou novas sonoridades mais arrojadas e bastante melancolico e melodico. Mais um album que tranformou o meu mundo delicioso, verdadeiras musicas de embalar, a simplicidade de riffs pesados misturado com atmosferas celestiais e aquele amor "terrivel" pelo violino. Por fim, dentro deste triangulo maravilhoso sai " Draconian Times " o quinto album dos Paradise Lost , repetindo a formula vencedora de " Icon " mas mais limpo, mais aventureiro, hello Sisters Of Mercy ! Era um album para levar os Paradise Lost a dar concertos em estadios e espaços mais amplos, tal como no segundo Super Bock Super Rock na gare de Alcantara como cabeças de cartaz. Para nao fugir ao meu raciocinio, Lee Dorian e os seus Cathedral também editam o terceiro album "Carnival Bizarre" continuando com composições muito atmosfericas e ambientes stoners que cada vez mais tornavam osCathedral muito singulares dentro do genero. Genial!!! Em 1995 no meio de tantas outras novidades, renasce outra banda europeia vinda da Holanda, os The Gathering com " Mandylion ". Esta banda já com dois albuns na calha onde misturavam vozes masculinas groturais com voces femininas, os The Gathering deixam essa formula e apresentam a musa Anneke Van Giersbergen como vocalista. O que deu um excelente contributo nao só para a banda como se respirava bem para os lados do Doom Metal, hello prog!. Nós por cá, os Moonspell assinavam pela Century Media, uma editoria de musica extrema alemã que tinha contrato com grande parte das bandas que tenho mencionado ao longo do artigo. E perguntam vocês? Os Moonspell eram do Black Metal, ou eram do Doom? "Wolfheart" foi lançado em 1995, um album com muitas influencias de Black Metal e Folk, mas nao descarto a hipotese de juntar os Moonspell dentro deste lote de bandas, pois como primeiro album bebia muitas fontes dos derivados do Doom. Alma Matter.

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